Situação Atual da Seca no Semiárido e Impactos

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O Cemaden, Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação, disponibiliza online os Relatórios da Situação da Seca e Impactos

RELATÓRIO
Setembro
2015

Avaliação ano Hidrológico 2014-2015

Considerando o encerramento no final de setembro de 2015 do ano hidrológico de 2014-2015, elaborou-se uma avaliação do padrão das chuvas ocorridas na região semiárida do Nordeste. A chuva acumulada no ano hidrológico 2014-2015 em toda a região semiárida foi cerca de 20% inferior à média climatológica para o mesmo período. Os Estados que apresentaram maiores déficits de chuva foram Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, norte de Minas Gerais e Pernambuco, onde choveu entre 22% a 30% abaixo do esperado.

A análise de percentis indica situação de déficit de chuva, principalmente nas porções norte do semiárido (CE, RN, PB) e norte de Minas Gerais. Registra-se que, principalmente para a região norte de Minas Gerais, os últimos 4 anos hidrológicos consecutivos caracterizaram-se por apresentar situação de chuva acumulada abaixo da média climatológica.

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Figura 1 – (Esq.) Avaliação do ciclo hidrológico 2014-2015 de acordo com o cálculo dos percentis de dados de precipitação. (Dir.) Acumulados de chuva nos últimos 10 anos hidrológicos nos Estados do semiárido.

Situação Atual e Avaliação de Impactos
Seca Vegetativa/agrícola

A Figura 4 apresenta a extensão dos impactos da seca. Considerando os impactos em áreas de atividades agrícolas e/ou pastagens, de acordo com o índice VSWI referentes aos meses de agosto e setembro, 891 municípios apresentaram pelo menos 50% de suas áreas impactadas pela seca.

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A Figura 2 - Porcentagem do município impactado* pela seca (*Impacto em áreas de pastagens e agrícolas) nos meses de agosto e setembro de 2015 de acordo com o índice VSWI

Previsão sazonal

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Figura 3 - Previsão climática sazonal para OND/2015. Previsão expressa em termos de desvios das probabilidades climatológicas (33/33/33)

Os mais recentes indicadores atmosféricos e oceânicos mostram que o atual episódio de El Niño continua em franco desenvolvimento. A atmosfera e o oceano se reforçam mutuamente, indicando que o El Niño deva prevalecer e se fortalecer nos próximos meses.

A previsão climática sazonal (MCTI) para o trimestre OND/2015 aponta para condições de chuva abaixo da média para o centro-norte e noroeste da Região Nordeste. Em decorrência, as macro-regiões afetadas, que estarão em regime climatológico de chuvas, serão o centro e o noroeste da Bahia.

Este cenário climático implica que, nos próximos três meses, há chances mínimas de reverter o quadro crítico que o indicador de seca vegetativa mostra para 101 municípios da Bahia, com mais de 50% de área impactada pelo déficit hídrico.

Previsão por conjuntos para os próximos 10 dias

A previsão por conjuntos do modelo meteorológico Eta não prevê chuvas significativas nos próximos 10 dias para o Estado da Bahia. Segundo a previsão deste modelo, são esperados acumulados inferiores a 40 mm nas regiões mais próximas ao litoral. Este Estado é o único, do semiárido, com potencial para receber chuvas nesta época do ano (outubro a dezembro), devido aos sistemas frontais que incursionam rumo a latitudes mais ao norte. A chuva irá se concentrar nos Estados das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste.

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Figura 4 - Previsão de precipitação acumulada nos próximos 10 dias. Esta previsão é a média de um conjunto de 7 membros, com correção de viés baseado nos últimos 15 dias de previsão.

Projeção para a segunda semana

As projeções de anomalia de precipitação para a segunda semana não indicam um quadro favorável de chuvas no Estado da Bahia e no norte de Minas Gerais e Espírito Santo (regiões do semiárido com potencial de chuvas nesta época do ano).

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Figura 5 - (Esq.) Previsão de anomalia de precipitação no período 08 a 14 de outubro de 2015, pelo modelo de previsão por conjuntos do NCEP/NOAA. (Dir.) Previsão de anomalia de precipitação no período 09 a 15 de outubro de 2015, pelo modelo de previsão por conjuntos do CPTEC/INPE.



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