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Situação Atual da Seca no Semiárido e Impactos – Dezembro de 2016

Avaliação das condições de seca para os últimos 90 dias de acordo com o cálculo dos percentis dos dados de precipitação

A avaliação do Percentil para os últimos 90 dias (período entre os dias 03 de outubro a 31 de dezembro) indica um aumento das áreas que apresentam a condição de “Seco” em relação ao mês anterior (novembro). Estas áreas localizam-se no leste e no nordeste da Região Semiárida, principalmente nos Estados do Maranhão, Piauí, Paraíba, Pernambuco, Bahia e Minas Gerais. Municípios inseridos nos Estados da Paraíba, Pernambuco, norte e leste do Estado da Bahia e sul do Estado do Piauí apresentaram a condição de “Muito Seco”.

O percentil é usado como forma de classificar o status de cada município, segundo o montante de precipitação recebido.
São consideradas as seguintes classificações: Muito Seco (precipitação abaixo do percentil 15); Seco (precipitação entre os percentis 15 e 35); Normal (entre os percentis 35 e 65); Se em um determinado período uma região foi classificada como “Muito Seca”, isto significa que o acumulado de chuva desta região foi classificado dentre os 15% menores valores da série. O padrão “Seco” inclui as regiões que apresentam precipitação no intervalo entre 15% e 35% dos valores mais baixos da série, e, assim, sucessivamente.

Índice VSWI: Porcentagem do município impactado pela seca (áreas de pastagens e agrícolas) no mês de dezembro de 2016

Considerando os impactos da seca em áreas de atividades agrícolas e/ou pastagens, em relação ao mês anterior (dezembro), a situação de seca se manteve principalmente na porção leste da Região Semiárida, incluindo os municípios inseridos nos Estados Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. Considerando as poucas regiões onde o calendário de plantio se inicia entre os meses de outubro e dezembro, e, portanto, o ciclo fenológico da cultura agrícola pode estar em curso, a área de possível impacto da seca se restringe aos municípios inseridos nos Estados da Bahia, Piauí, Maranhão, Minas Gerais e Espírito Santo. Nestas regiões, de acordo com o índice VSWI, 113 municípios apresentaram pelo menos 50% de suas áreas impactadas no mês de dezembro de 2016. As áreas impactadas pela seca somam cerca de 6 milhões de hectares (Tabela).

O índice VSWI é derivado de dados de NDVI e temperatura do dossel, oriundos do sensor MODIS a bordo dos satélites AQUA e TERRA – resolução de 1 km. O índice indica condição de seca quando o valor do NDVI (índice de vegetação) é baixo (o que indica baixa atividade fotossintética) e a temperatura da vegetação é alta (indicando estresse hídrico).

Tabela 1. Avaliação da Extensão dos Impactos da seca nas regiões com calendário de plantio vigente.

UF Número de Municípios com mais de 50% de área impactada Área Impactada (ha) Número de Estabelecimentos de Agricultura Familiar Impactados
BA 16 1.528.155,49 21.390
CE
PI 76 3.715.459,16 80.912
PB
AL
RN
MA 21 705.952,32 12.103
SE
ES*
PE
MG*
TOTAL 113 5.949.566,96 114.405

OBS: Os Estados marcados com asterisco também estão com o calendário de plantio em curso, porém não possuem nenhum município que atingiu o critério de ter pelo menos 50% de sua área impactada.

Influências climáticas na escala sub-sazonal a sazonal

O cenário climático atual é de um episódio de La Niña de fraca intensidade, que deve ter curta duração, provavelmente até fevereiro de 2017. Apesar da conhecida relação entre a presença de episódios La Niña e a ocorrência de uma estação chuvosa favorável no semiárido, nesta próxima estação chuvosa o cenário deve ser mais influenciado pela condição do Oceano Atlântico Tropical Norte, que se encontra anormalmente aquecido e, portanto, desfavorável para as chuvas no norte do semiárido. Desta forma, a previsão climática sazonal de chuva (MCTIC) para JFM/2017 indica que é mais provável (45% de chance) que as chuvas ocorram abaixo da média histórica. A previsão de médio prazo não indica, em geral, condições favoráveis para chuvas substantivas nas próximas 2 semanas. A atenção deve estar focada nos municípios do Piauí, do centro-oeste baiano, e do semiárido mineiro e capixaba.

Embora algumas destas regiões apresentem quadro de déficit hídrico (Seções 1.1 a 1.3) e outras não, em muitos municípios, já deve haver sido feito o plantio das culturas. Dado que o cenário futuro não é favorável à ocorrência de precipitações abundantes aumenta o risco de perda de safras.

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