O mês de janeiro de 2016 se caracterizou por acumulados de chuva superiores a 180 mm nos municípios localizados na maior parte da região Nordeste. De acordo com a análise dos percentis de chuva para 90 dias (NDJ), poucos municípios da Região ainda permanecem com a condição de “Seca” e “Muito Seca”.
Figura 1 – Avaliação das condições de seca para os últimos 90 dias de acordo com o cálculo dos percentis dos dados de precipitação.
Figura 2 - Risco agroclimático para o período de 31/12/2014 a 31/12/2015.
Considerando a avaliação de número de dias com déficit hídrico para o ano hidrológico de 2015/2016 que teve inicio no mês de outubro, o período de 01 de outubro de 2015 a 03 de fevereiro de 2016, 244 municípios foram classificados como de risco MUITO ALTO (mais que 75 dias com déficit hídrico) e 1484 municípios como de risco ALTO (entre 60 a 75 dias com déficit hídrico). Ressalta-se que o número é ainda elevado principalmente na parte central e norte da Região, em função das quadras chuvosas ainda não terem iniciado. Além disso, a condição de seca dos meses anteriores (outubro a dezembro) faz com que o risco agroclimático não tenha reduzido significativamente no mês de janeiro. O risco moderado é verificado em grande parte da região oeste do Estado da Bahia e parte do norte de Minas Gerais em razão dos acumulados de chuva, principalmente no mês de janeiro.
De acordo com o índice VSWI, 283 municípios apresentaram pelo menos 50% de suas áreas impactadas pela seca no mês de janeiro de 2016. A superfície afetada totaliza aproximadamente 18 milhões de hectares, podendo impactar cerca de 330 mil estabelecimentos de agricultura familiar. Com relação ao mês anterior (dezembro), houve redução de aproximadamente 70% do total de áreas impactadas pela seca na região monitorada.
Figura 3 - Porcentagem do município impactado pela seca (impacto em áreas de pastagens e agrícolas) no mês de janeiro de 2016 de acordo com o índice VSWI.
Tabela 1. Avaliação da Extensão dos Impactos da Seca
A previsão climática sazonal do MCTI para o trimestre FMA/2016 prevê como cenário mais provável o de chuvas abaixo da média climatológica no Norte e Nordeste do País. De acordo com a indicação das áreas (Figura 4), todo o semiárido poderá ser potencialmente afetado. Vale ressaltar que mesmo em anos de forte El Niño, como é o caso do presente episódio, pode ocorrer chuvas esporádicas e irregulares em sua distribuição espacial; porém, em geral, os totais acumulados não superam a média climatológica.
Figura 4 - Previsão climática sazonal para FMA/2016. Previsão expressa em termos de desvios das probabilidades climatológicas.
Previsão por conjuntos para os próximos 10 dias
A previsão por conjuntos do modelo Eta-CPTEC/INPE indica pouca chance de ocorrência de chuva nos próximos 10 dias no semiárido. Esta previsão está em acordo com a análise da OMJ, na qual se estima que a permanência da fase convectiva no extremo oeste do Oceano Pacífico possa inibir as chuvas no semiárido.
Figura 5 - Previsão de precipitação acumulada (mm) nos próximos 10 dias emitida pelo do modelo numérico ETA/CPTEC/INPE. Esta previsão é resultado da média de um conjunto de 7 membros (7 previsões semelhantes em que a cada previsão é iniciada com o estado da atmosfera ligeiramente diferente).
As previsões para a semana de 11 a 17/02 indicam condições atmosféricas favoráveis à ocorrência de precipitação na região central do semiárido, principalmente nos estados da Bahia e Piauí. Vale ressaltar que a precisão espacial fica comprometida com esta escala de antecipação (uma semana). A interpretação mais adequada é a de que pode haver condições para uma mudança de regime, do regime seco, que esta acontecendo atualmente, para um regime mais chuvoso, após uma semana.
Figura 6 - (Esq.) Previsão de anomalia de precipitação no período 11 a 17 de fevereiro de 2016, pelo modelo de previsão por conjuntos do NCEP/NOAA. (Dir.) Previsão de anomalia de precipitação no período 11 a 17 de fevereiro de 2016, pelo modelo de previsão por conjuntos do CPTEC/INPE.
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