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Livro sobre a Represa do Guarapiranga tem participação de pesquisador do Cemaden

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A necessidade de compreender o histórico de transformações ambientais e razões que levaram à degradação, ao longo dos últimos 100 anos,  da Represa Guarapiranga – reservatório de abastecimento de água no estado de São Paulo – resultaram em estudos científicos organizados em um livro, com abordagem multidisciplinar, envolvendo 60 especialistas. O pesquisador da área de geodinâmica do Cemaden, geólogo Márcio de Andrade, participou de quatro capítulos do livro, nas temáticas sobre uso da terra, assoreamento e poluição da água.

O livro “100 Anos da Represa do Guarapiranga: Lições e Desafios” lançado,  recentemente, pela Editora CRV, associa a bacia hidrográfica ao uso e ocupação do solo, marcadores ambientais químicos, biológicos, sedimentos e outras interferências ambientais na água.

Resultado de estudos promovidos dentro do Projeto Acquased, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), o livro foi organizado pelos pesquisadores Carlos Eduardo de Matos Bicudo e Denise de Campos Bicudo. O projeto contou com a participação, em quatro capítulos, de trabalhos científicos desenvolvidos pelo pesquisador em geodinâmica, Márcio Roberto Magalhães de Andrade, do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.

O mapeamento de cobertura e uso da terra da Bacia da Represa Guarapiranga, coordenado por Andrade, analisou o processo evolutivo, nos últimos 30 anos, por meio de técnicas de sensoriamento remoto. Essas análises resultaram na produção de um Mapa de Cobertura e Uso da Terra com alta resolução espacial.

“Esses dados permitiram a identificação de fontes de poluição em cada sub-bacia da área de contribuição do reservatório, que foram correlacionadas com parâmetros limnológicos (ou seja, fatores e processos relacionados aos ecossistemas aquáticos terrestres), de amostras de água e de sedimentos do fundo do reservatório.”,  explica o pesquisador Márcio Andrade e complementa:   “As informações geradas fundamentaram a realização de estudos avançados, os quais possibilitaram ampliar a compreensão, ao longo da história da represa, dos processos deposição, ciclagem de nutrientes e eutrofização, ou seja, o processo onde há crescente acúmulo de nutrientes na água, gerando a proliferação exagerada de algas e a diminuição do oxigênio disponível.”

Importância da Represa Guarapiranga

A Represa Guarapiranga, com 108 anos de existência, é um dos mananciais públicos da Região Metropolitana de São Paulo, responsável pelo abastecimento de água para 5,8 milhões de habitantes. Situado na divisa entre os municípios de São Paulo (Zona Sul), Itapecerica da Serra e Embu-Guaçu, no estado de São Paulo, a represa teve sua construção iniciada em 1906 e concluída em 1909, para geração de energia elétrica para a cidade. Naquele ano, após o término da construção da Represa Guarapiranga, a população paulistana era estimada em 240 mil habitantes. Atualmente, a população é de 10 milhões de habitantes na cidade de São Paulo.

Na apresentação do livro, é apontado que a represa Guarapiranga tornou-se um dos sistemas mais importantes de abastecimento público de água, além de prover outros serviços ambientais à população da Região Metropolitana de São Paulo. Na época de sua formação, a bacia de contribuição da represa apresentava uma paisagem rural que pouco a pouco foi se urbanizando, com um processo territorial dinâmico e intenso de ocupação da terra. O déficit hídrico social e a vulnerabilidade hídrico-climática – recém-revelados para a metrópole paulistana – demonstram o grande valor da Guarapiranga como fonte estratégica de recursos hídricos para a população e para as atividades econômicas.

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