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Dimensões socioculturais de sistemas de alerta: percepções, representações e práticas frente ao risco de desastres

A discussão internacional sobre a importância dos sistemas de alerta de desastres foi impulsionada após o grande tsunami de 26 de dezembro de 2004, que atingiu partes da Ásia e África e acarretou milhares de vítimas. No ano seguinte, o Marco de Ação de Hyogo sinalizava o compromisso em investir nos sistemas de alerta e na preparação das comunidades, que deveriam ser envolvidas em estratégias de prevenção e mitigação de desastres. Atualmente, presenciamos um número cada vez maior de países que organizam seus sistemas de alerta.

No Brasil, a implantação de um sistema nacional de alerta de risco de desastres ocorreu a partir da catástrofe da Região Serrana do Rio de Janeiro, ou seja, é recente. Às dificuldades de se estabelecer uma rede de monitoramento se adicionam os obstáculos em preparar o país para se deparar com essa nova cultura de prevenção e mitigação de desastres, um novo paradigma que o próprio Sistema Nacional de Proteção e Defesa Civil se mostrou inicialmente resistente, sobretudo pela crença de que as pessoas entrariam em pânico diante de alertas de risco de desastres. Em vez do “pânico”, outras representações e práticas têm-se mostrado diante dessa nova realidade dos sistemas de alerta.

Diante do novo quadro de responsabilidade dos governos em relação à proteção dos seus cidadãos face ao risco de desastre, torna-se imprescindível conhecer as relações que compõem a cadeia do sistema de alerta, debruçando-se cientificamente sobre as perspectivas socioculturais do sistema e as diferentes dimensões de vulnerabilidade que lhe perpassam. A incorporação da análise de vulnerabilidade no âmbito da gestão de risco e dos sistemas de alerta é um fato relativamente recente, que pode contribuir para subsidiar o planejamento e as estrategias de mitigação e redução dos riscos atuais e futuros.

Pesquisador: Victor Marchezini

Bacharel em Ciências Sociais pela Universidade Federal de São Carlos (2007) e Licenciado em Ciências Sociais pela Universidade Estadual Paulista – UNESP/FCL- Araraquara (2010). Especialista em Formação Docente para o Ensino Superior pela Anhanguera-Uniderp (2009). Mestre em Sociologia pela Universidade Federal de São Carlos (2010). Especialista em Direitos Humanos, Gestão Global de Riscos e Políticas Públicas de Prevenção de Desastres pela Fundação Henry Dunant – América Latina (2012). Doutor em Sociologia pelo PPGS/UFSCar (2013). Foi pesquisador do Núcleo de Estudos e Pesquisas Sociais em Desastres (NEPED/UFSCar) no período de 2005 a 2011. Tem experiência na área de Sociologia, com ênfase em Sociologia dos Desastres, atuando principalmente nos seguintes temas: Gestão de Riscos e Desastres e Defesa Civil etc. No período de 2012 a setembro de 2014, foi analista operacional em desastres no Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais (CEMADEN). Atualmente é pesquisador no mesmo centro.

 

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