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Apesar de previsão de chuvas, não há expectativa de recuperação do quadro hídrico do Acre

Desde março, o estado do Acre registra  chuvas escassas, o que resulta em  impactos socioambientais, como problemas no abastecimento de água, na redução da produtividade agrícola e pastoril, no transporte e maior ocorrência de incêndios florestais.

 A diminuição das chuvas e, consequentemente, dos níveis dos principais rios da região, desde meados de março deste ano, agravam a situação de seca no estado do Acre. Nos últimos 90 dias, o quadro de déficit hídrico tem apresentado anomalias negativas, com a precipitação registrada, nesse período, entre 50 e 100 mm abaixo da média, em grande parte do estado.

O trimestre Setembro-Outubro-Novembro deve ser marcado por um período neutro no que se refere a “El Niño” e “La Niña”, ou seja, as temperaturas das águas superficiais do Oceano Pacífico Tropical permanecerem na média,  durante esse período. Apesar do mês de setembro ter apresentado pequenos sinais de melhoria, ainda permanece a baixa disponibilidade hídrica e seus consequentes impactos socioambientais no estado do Acre.  Entre esses impactos, estão o problema de abastecimento de água para consumo, redução da produtividade agrícola ou pastoril, dificuldade de transporte por meio de hidrovias e a proliferação de incêndios florestais.

Essas são as projeções do último Relatório de Seca e Impactos do Acre, divulgado, hoje (30), no portal do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações.

“A Amazônia vem enfrentando uma situação de seca, provavelmente favorecida pelo intenso episódio de El Niño, que ocorreu durante a última estação chuvosa.”, aponta o pesquisador e meteorologista, Giovanni Dolif, coordenador-geral substituto de Operações e Modelagens, do Cemaden.

As chuvas têm sido deficientes desde meados de março de 2016 e, climatologicamente, o trimestre Junho-Agosto configurou o período mais seco do ano, com precipitações mais substanciais somente a partir do mês de setembro.

O monitoramento da umidade relativa do ar (UR) registra valores abaixo da média (Rio Branco). Por outro lado, as previsões indicam chuva dentro da média nos próximos 15 dias na região. Este pode ser um indicativo de que a transição para o período chuvoso que se aproxima. Mesmo assim, não há expectativa de recuperação do quadro hídrico até o início do mês outubro, embora possam ocorrer chuvas ocasionais, provocadas principalmente por passagens de sistemas frontais.

Com as chuvas escassas, o nível do Rio Acre, na capital Rio Branco, atingiu o nível mínimo de um metro e trinta centímetros (1,30 metros), no último dia 17 de setembro. Essa marca foi considerada a menor registrada, desde o dia 10 de setembro de 2011, quando o nível do rio chegou a atingir o mínimo de 1,51 metros.

O nível do Rio Acre teve uma leve recuperação, mas vem oscilando desde agosto, com a tendência geral de queda devido à diminuição das chuvas.

Em grande parte dos municípios localizados no oeste do Acre, já se observa condição de seca vegetativa por estresse térmico e detecções de focos de calor, sendo o maior registro entre 1998 e 2016.

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